Desenho com mulheres desde o Egito antigo até os dias de hoje se cuidando em frente ao espelho

Os organizadores de maquiagem e skin care já existem há um bom tempo.

E quando dizemos um bom tempo queremos dizer mais de 1800 a. C. !

Sim, cuidar da beleza e higiene pessoal é um hábito das antigas.

Os arqueólogos, escavando tumbas egípcias, costumam encontrar potes de maquiagem, pentes, enfeites de cabelos, potes de perfumes e cosméticos. Independente do gênero, os egípcios dedicavam-se em um tempinho para a rotina de beleza.

E como acreditavam que para entrar na vida após a morte, teria que ser através de um relacionamento pós morte, teriam que estar atraentes mesmo no túmulo, então a "necessaire" com os produtinhos básicos, iam junto nessa viagem...

Para o egípcio, os cosméticos cuidavam do corpo e também do espírito. Seus acessórios de cabelo e maquiagem deixam impressos a importância espiritual, estética e prática da beleza.

Nas suas caixinhas eram encontrados kits completos de cuidados com a pele. Os antigos egípcios usavam óleos perfumados para tomar banho e suavizar a pele. Associavam  a maciez da pele perfumada à beleza e sexualidade e portanto, à fertilidade. Por conta disso, muitos artistas criavam as embalagens dos cosméticos com símbolos do renascimento como o deus Bes, que era deus da fertilidade, alegria, dos filhos e da procriação.   

Pinça Navalha | Décima Oitava Dinastia do Egito - 1560-1479 a.C.

                   

                                                                Imagem Museu  Metropolitano de Arte, Nova York   
           

     Colher para Cosméticos | 1390-1352 a.C.   

     Pote de Pomada | 1887–1813 a.C

A caixa ornamentada abaixo foi encontrada na tumba de Kemeni, mordomo do Faraó Amenemhat IV. Feita de cedro e marfim, continha vários compartimentos, como as caixas organizadora de maquiagem e skin care de hoje.

Nos pequenos compartimentos, foram encontrados potes de pomada. Logo abaixo a tampa, uma área rebaixada para guardar o espelho. Os espelhos egípcios eram feitos em cobre, prata ou ouro e eram cortados em discos e polidos até brilharem, simbolizavam o sol e a vida.

   

Décima Segunda Dinastia do Egito | 1805 a.C. -  Imagens Museu  Metropolitano de Arte, Nova York  

Ornamentada com hieróglifos na parte externa e a inscrição de uma oração dedicada ao deus Sobek, associado á fertilidade, poder e proteção. 

Os romanos também tinham suas “necessaires de viagem”, as carregavam também com maquiagens e espelhos. Os homens romanos eram apaixonados por fazer a barba. A novacila, um bloco de ferro ou bronze com furos para encaixar os dedos, fazia o trabalho do que hoje conhecemos como navalha. Também a pedra-pomes era utilizada para remover a barba por fazer, e em seguida vinham os óleos e perfumes para amaciar a pele.

 

A Chegada das Penteadeiras

 

Por volta do fim dos anos 1600, surgem as penteadeiras. Homens e mulheres abastados de toda Europa, começaram a se dedicar a um tempo maior na sua imagem e mais acessórios e cosméticos entraram em cena.

Ou seja,  junto veio a necessidade de um espaço maior pra acomodar isso tudo e dedicar-se a essa rotina de ajeitar os cabelos, a maquiagem e a vestir-se.

Primeiro as caixas portáteis foram ficando maiores e outros objetos foram compondo o kit de beleza. Com um pano, ou toile em francês ( vulgo toilettes ), eram colocados na mesas de refeição para poder colocar tudo o que fosse necessário.

  
imagens Pinterest

 

O móvel penteadeira, como entendemos hoje, foi desenvolvido no início do século XVII na Europa.

Os primeiros designs desse mobiliário continham partes móveis, cubas de pia para o usuário retirar sua maquiagem do dia e se refrescar. Eram pequenas mesas com gavetas para perfumes e cosméticos.

Duas personalidades marcantes e influentes da época, foram responsáveis por melhorar esse móvel, torna-lo elegante  e popularizar o ritual matinal de cuidar-se para iniciar o dia glamurosa.

A primeira foi  Madame Pompadour ( 1721-1764 ), durante o reinado de Luiz XIV da França. Ela contratou o famoso designer da móveis da época, Jean-François Oeben para criar uma mesa onde ela pudesse receber convidados, escrever cartas e se vestir, pois era muito ocupada e esse ritual todo era muito demorado.

O designer então projetou uma peça híbrida que serviria de escrivaninha e penteadeira. Logos outros artesão franceses também criaram suas peças.

Designer Jean François Oeben | mesa mecânica 1761

Imagem Museu de Artes de Nova York

Maria Antonieta ( 1755-1793), esposa de Luís XVI tornou a penteadeira uma questão de moda, arte e design.

Na América, as penteadeiras ganharam ares de glamour, modernidade e luxo no início do século XX, durante o período Art Déco.

Penteadeira projeto  Antoni Gaudi | 1900

imagem Pinterest

 

Contudo, foi perdendo destaque com a chegada da Grande Depressão e a sequência Segunda Guerra Mundial.

Renasce nos finais do século XX e voltou a ter espaço nos lares e nos seus variados estilos, pois além de ser um ítem prático, traz aquele toque de glamour e momentos de carinho e autocuidado que faz tão bem pra nossa autoestima, mesmo antes da Cleópatra e depois das rainhas.

 

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